Lewis Hamilton e o Twitter…
A presença das novas tecnologias e em particular do Twitter, nos desportos motorizados trouxe consigo uma forma de estar de pilotos e equipas com o seu público, aproximando-os e partilhando momentos por vezes íntimos das suas vidas pessoais. Sendo um novo meio de comunicação aberto a qualquer um e passível de ser observado também qualquer um, o sigilo na partilha de dados críticos em ambientes competitivos deve ser valorizado ao máximo…algo que não aconteceu com Lewis Hamilton no passado sábado.
Após a qualificação, Lewis Hamilton cedo se apressou a colocar no Twitter uma fotografia da telemetria do seu Mclaren MP4-27, comparativamente ao seu colega de equipa Jenson Button (para o qual perdia cerca de 0.4s nas rectas, devido às diferentes asas posteriores utilizadas por cada um dos monolugares). Com gráficos indecifráveis para o comum dos mortais mas altamente informativos para os restantes engenheiros do paddock, Lewis Hamilton comprometeu os segredos da sua própria equipa com este acto irreflectido e ingénuo.
Pormenores como altura ao solo, comportamento do motor, velocidade de ponta atingida, tudo isto em cada ponto da pista de Spa-Francorchamps e antes de uma corrida sempre disputada, foram divulgados directamente para cerca de 1 milhão de fãs que o seguem no Twitter, entre os quais se incluem alguns membros de outras equipas. Um desses exemplos foi Alexander Wurz, o qual brincou com Hamilton, agradecendo-lhe a “oferta” e pediu-lhe também a estratégia de corrida e o set-up utilizado pela Mclaren…
A situação foi desvalorizada pela Mclaren, através de Paddy Lowe, que considerou a informação revelada como pouco importante e de pouco interesse para os seus adversários. Numa posição contrária, Christian Horner, chefe da Red Bull, admitiu que uma situação destas na sua formação seria considerada uma quebra de sigilo grave e que provavelmente todos os engenheiros do paddock analisaram detalhadamente os dados revelados por Hamilton, em busca de pormenores secretos do MP4-27…