Ferrari 312T6

A Ferrari estava na pré-temporada de 1977, após a derrota de Niki Lauda para James Hunt, no temporal de Fuji. A equipa tentava ganhar uma vantagem significativa sobre os seus adversários, tentando utilizar possíveis ideias que resultassem.

Uma dessas ideias foi a utilização de 4 rodas traseiras, do mesmo tamanho das rodas dianteiras, de modo a diminuir o atrito aerodinâmico, além de aumentar drasticamente a tracção. Aliás, este conceito não era novo, tendo sido utilizado por vários carros de competição para campeonatos de montanha, ainda antes da 2º Grande Guerra, tal como o Auto Union Bergrennwagen e alguns modelos ERA e Alta GP.

Como cobaia para essa ideia, foi utilizado um 316T2 de 76, devidamente adaptado, utilizando as referidas 4 rodas traseiras. A principal modificação, segundo Mauro Forghieri (designer do 312), passou pela criação de novas suspensões traseiras, que se revelaram, no entanto, o maior problema deste projecto.

Carlos Reutemann foi o piloto de testes de serviço e nos primeiros testes efectuados, fez 10 voltas de aquecimento, realizando depois algumas voltas “a sério”. Foi na primeira dessas voltas que o carro teve um comportamento esquisito, guinando para a esquerda e batendo no muro de protecção do circuito, deflagrando também um incêndio.

Uma semana após este acidente, o carro tinha sido reparado e estava pronto para uma nova bateria de testes, tendo Carlos Reutemann sido novamente chamado para piloto de testes da sessão. Tal como na semana anterior, no final de uma curta série de voltas, o carro fica com um comportamento bastante estranho, tendo Reutemann regressado à boxe lentamente, para verificarem qual seria o problema.

Qual não é o espanto quando se verifica que o carro tinha uma quebra de suspensão, exactamente o mesmo defeito que se tinha verificado uma semana antes. Como é óbvio, Reutemann recusou-se a testar novamente o carro, tendo também com o projecto chegado a um fim prematuro com este acontecimento.

No entanto, Giorgio Enrico, piloto de testes da Ferrari, pilotou o carro durante algumas voltas, não se sabendo ao certo qual o objectivo dessas voltas de teste. Niki Lauda também testou o Ferrari 312T6, sendo que o objectivo do seu teste também não é conhecido.Concluindo a história do 312T6, mesmo que os problemas de suspensão tivessem sido resolvidos, o carro nunca poderia ter sido utilizado em competição devido à sua largura que excedia o limite máximo permitido pelos regulamentos.