2022
Rali de Viana do Castelo
A dupla Miguel Campos/Marco Macedo, ao volante do Toyota Yaris GR, foi a vencedora do Rali de Viana do Castelo depois da disputa dos nove troços que compunham a prova organizada pelo Clube Automóvel de Santo Tirso. Os vencedores foram os que melhor resistiram à exigência da prova, superando Sergi Fancoli (também em Toyota Yaris GR) pela margem de 5.9 segundos. No entanto, nas contas relativas ao troféu ibérico da marca nipónica, Fancoli assegurou a conquista do título.
Adruzilo Lopes terminou a prova do CAST no degrau mais baixo do pódio, atrás dos Yaris GR de Campos e Fancoli. Apesar deste desfecho, o piloto do Mitsubishi Lancer EVO IX conquistou o título no Campeonato Promo de Ralis, ao bater Fernando Teotónio pela escassa margem de 1 ponto. Entre os Clássicos, se Nuno Mateus e Inês Veiga triunfaram ao volante do Mitsubishi Lancer EVO VI, o título foi entregue ao veterano Luís Mota, a bordo do seu fiel Mitsubishi Lancer EVO VI. Relativamente ao FPAK Junior Team, Gonçalo Henriques levou a melhor sobre a concorrência, assegurando o triunfo e o título nas classificativas vianenses.
O DIREITA3 marcou presença em Viana do Castelo e traz até aos seus leitores alguns dos melhores momentos desta espectacular prova.
Rallyspirit
A 7ª edição do único Rally-Legend português inscrito no calendário do Slowly Sideways Europe voltou a redundar num enorme sucesso e por uma simples razão: foi muito mais do que uma mera luta contra o cronómetro entre as mais de oito dezenas de equipas que alinharam à partida. No RallySpirit, as estrelas foram alguns dos mais icónicos carros de ralis de todos os tempos e os heróis que os guiaram, com paixão e entusiasmo suficientes para viajarem milhares de quilómetros até à ponta mais ocidental da Europa, para mostrarem modelos épicos como o Audi Sport Quattro S1 E2, Lancia Stratos, Toyota Celica Turbo ou Nissan 240 RS e assim darem o seu contributo para que, mais do que uma prova, o RallySpirit Altice fosse um verdadeiro museu a céu aberto.
O público aficionado agradeceu, respondendo com presença massiva nas classificativas, mas também no parque de assistência (Barcelos), nos reagrupamentos (Amares, Barcelos e Santo Tirso), no controlo de passagem (Famalicão), mas também na emblemática Marginal de Gaia e na Foz do Douro (nos Jardins das Sobreiras), no Porto. Afinal, não é todos os dias que se pode ver um Opel Ascona 400 outrora guiado por mestres como Henri Toivonen e Walter Röhrl, um Toyota Corolla WRC (ex-TTE) ou um Lancia Delta HF Integrale (ex-Lancia Martini Racing) que passou pelas mãos de campeões do mundo de ralis como Didier Auriol ou Juha Kankkunen.
Reviver duelos antigos, que ajudaram a escrever dezenas de páginas do Campeonato Nacional de Ralis, no final dos anos 90, com réplicas perfeitas dos 306 Maxi e Mégane Maxi das equipas oficiais Peugeot e Renault, ou perceber que o piloto Rui Madeira ainda tem o mesmo entusiasmo e dá o mesmo espetáculo, com o original Mitsubishi Lancer Evo com que conquistou a Taça do Mundo FIA de Grupo N, em 1995. O tempo avançou, mas não apagou as memórias que o RallySpirit Altice ajudou a conservar! Mas, para além da onda de revivalismo, o evento promovido pela X Racing e organizado, na estrada, pelo Clube Automóvel de Santo Tirso, também elevou a qualidade do espetáculo competitivo, ao longo das 10 provas especiais disputadas, a que se juntaram ainda as Boucles de Barcelos e Gaia.
Na categoria “Históricos”, a vitória foi para a dupla espanhola Xésus Ferreiro/Xavier Vazquez, que conquistaram o primeiro triunfo no RallySpirit Altice, depois de o ano passado terem chegado a ganhar troços. Mas o suspense da luta pelo triunfo durou até mais de meio do rali e só terminou quando Pablo Pázo/Ezequiel Simões viram o Talbot Sunbeam Lotus ceder com problemas de transmissão, entregando o primeiro lugar ao piloto do Ford Escort MK2. Completando o pódio, a dupla Rui Ribeiro/Pedro Fernandes alcançou o 2º lugar e foi mesmo a melhor equipa portuguesa, deixando o registo da sua melhor classificação de sempre na prova, façanha também obtida por Nuno Vaz/Jó Vaz que se estrearam no pódio. Ambos os pilotos, juntamente com os vencedores, contribuíram para que, em 2022, o emblemático Ford Escort se tornasse o carro a bater ou não tivesse conquistado as quatro primeiras posições e seis lugares dentro do Top-10.
Já na categoria “Spirit”, a contenda pelo triunfo foi ainda mais animada. Ernesto Cunha e Rui Raimundo colocaram, pela 2ª vez consecutiva, o Subaru Impreza WRX no lugar mais alto do pódio, igualando o número de vitórias de Pedro Leal e Isabel Ramalho na prova, que venceram em 2017 e 2019 e que, mais uma vez, em nada facilitaram a vida à dupla do Subaru. Contudo, na 3ª e última etapa, no braço de ferro Subaru/Mitsubishi, o pêndulo desequilibrou mesmo para o lado do carro de Cunha, que tirou partido de um Impreza mais eficiente e competitivo, em direção a um triunfo que deixou o piloto extremamente satisfeito. Com Leal a assegurar o segundo lugar num Lancer já algo “cansado”, restou a Armando Costa/Octávio Araújo, também em Mitsubishi Lancer Evo VI, garantir o derradeiro lugar do pódio, depois de numa fase inicial ter ainda conseguido lutar pelo triunfo.
O DIREITA3 acompanhou os melhores momentos do Rallyspirit, trazendo até aos seus leitores alguns dos melhores momentos deste evento.
Rampa da Falperra
O italiano Christian Merli (Osella FA30) foi o brilhante dominador da 41ª edição da Altice Rampa Internacional da Falperra, 2ª prova do Europeu e 4ª do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group, ao bater, por uma diferença de 6.375 segundos, o checo Petr Trnka (Norma M20 FC), enquanto Pedro Salvador (Silver Car CS) foi o piloto português mais rápido no percurso de 5200 metros, com um acumulado das duas melhores subidas que lhe garantiria o 7º lugar da classificação final absoluta.
Merli, que chegou a Braga como favorito e já líder do Europeu, obteve a 2ª vitória consecutiva no traçado minhoto – 3ª se incluirmos nessa contabilidade o Masters FIA de 2021, embora com a rampa mais curta a nível de extensão – a uma média de 174.8 km/h e rumará, certamente, à conquista do seu 5º título europeu, embora restem ainda mais 7 provas para o fim da época.
Na prova organizada pelo Clube Automóvel do Minho, e que juntou na Falperra um número estimado superior a 100 mil espetadores, José Correia (Norma M20 FC) acabou como piloto português melhor classificado (9º), no que diz respeito à competição do Europeu, mas o mais rápido, em termos absolutos, entre as cores nacionais do Campeonato Portugal de Montanha JC Group – nem todos os pilotos estavam inscritos na prova do Europeu – foi Pedro Salvador (Silver Car SC). Neste regresso esporádico à montanha e a uma prova que venceu, a nível absoluto, em 2016, Salvador esteve irrepreensível, para bater Hélder Silva (Osella PA 2000), por uma margem significativa: 10.487 segundos. O bem conhecido Carlos Vieira assegurou o último lugar do pódio com o Nova 03 GSXR 1000 alugado à equipa do francês Sebastien Petit.
O DIREITA3 acompanhou as peripécias da Rampa da Falperra, trazendo até aos seus leitores algumas das melhores imagens deste evento.
Azores Rallye
Efren Llarena foi o vencedor do 56º Azores Rallye, prova integrante dos campeonatos europeu, português e açoriano da modalidade que teve lugar na ilha de São Miguel. O piloto espanhol com um Skoda Fabia Rally2 Evo do Team MRF Tyres, terceiro no final da primeira etapa, subiu um lugar no arranque do segundo dia e ultrapassou mesmo sobre a meta, por 2.6s, Ricardo Moura.
O herói local, também num Skoda Fabia Rally2 Evo, esteve no comando desde a primeira classificativa disputada, a segunda do programa, e, mais rápido em três provas especiais, chegou a ter um avanço de 14.7 segundos sobre os seus perseguidores. No posto mais baixo do pódio, o austríaco Simon Wagner foi durante algum tempo o principal adversário de Moura, mas acabou por não conseguir acompanhar o ritmo dos dois primeiros classificados na segunda etapa.
Quarto classificado, o romeno Simone Tempestini esteve em crescendo e do 11º lugar que ocupou após a primeira classificativa até ao lugar a que chegou a meio do segundo dia e em que terminou. Armindo Araújo arrancou bastante mal para este evento mas melhorou no desenrolar da prova e foi quinto, resultado que lhe permite ser nesta altura o líder do FIA ERC, campeonato em que o vencedor do rali, Llarena, é segundo a três pontos do português.
O DIREITA3 acompanhou os principais momentos do Azores Rallye, trazendo até aos seus leitores algumas das melhores imagens deste evento.